Mudança de conferência coloca tradicionais potências do futebol americano universitário em xeque

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As transformações no mapa das conferências do futebol americano universitário, intensificadas nos últimos 15 anos, estão afetando o desempenho de programas historicamente dominantes. Oklahoma, USC e Nebraska, que trocaram de liga desde 2011, ainda não conseguiram reproduzir o sucesso obtido em suas antigas associações, enquanto Alabama e Ohio State, estáveis em suas conferências há mais de um século, mantêm resultados de alto nível.

Impacto imediato nos rankings

Na pré-temporada atual, apenas Oklahoma apareceu no ranking da Associated Press, na 18ª posição. USC e Nebraska ficaram fora tanto da AP Top 25 quanto da pesquisa dos treinadores, e o próprio Oklahoma não entrou no Coaches Poll, algo que não ocorria desde 1999. A ausência simultânea desses três nomes na lista dos técnicos seria considerada improvável há apenas uma década e meia.

Histórico de conquistas

Desde 1950, os cinco programas analisados somam títulos e prêmios individuais que moldaram a história do esporte:

  • Alabama: 14 títulos nacionais reivindicados e quatro troféus Heisman.
  • Ohio State: oito títulos nacionais, seis Heismans e o único vencedor duplo do prêmio.
  • USC: sete títulos nacionais e oito Heismans.
  • Nebraska: cinco títulos nacionais e três Heismans.
  • Oklahoma: informações sobre títulos recentes não foram atualizadas na fonte, mas o programa manteve 10 ou mais vitórias em 18 temporadas entre 2000 e 2021.

Alabama segue na Southeastern Conference (SEC) desde 1933, e Ohio State permanece na Big Ten desde 1912. A continuidade desses dois integrantes de peso coincidiu com bons resultados, enquanto 49 equipes optaram por trocar de conferência nesse período recente.

Nebraska na Big Ten

Após migrar da Big 12 para a Big Ten em 2011, Nebraska somou apenas uma temporada com 10 vitórias e acumulou oito campanhas negativas. Entre 1962 e 2002, quando dividia a Big 8 e, depois, a Big 12 com Oklahoma, o time costumava alcançar pelo menos nove triunfos anuais e celebrar um título nacional aproximadamente a cada oito anos. O último ano marcou a volta dos Cornhuskers a um bowl depois de oito temporadas de ausência, o maior jejum da história do programa.

USC inicia trajetória na Big Ten

A estreia de USC como membro da Big Ten começou com classificação no top 25, mas terminou em 7–6. O rendimento contrastou com a era entre 2002 e 2008, quando os Trojans venceram 11 ou mais partidas por seis anos consecutivos e conquistaram dois títulos nacionais. A percepção atual de analistas e treinadores é de que o trabalho do técnico Lincoln Riley ainda não basta para recolocar a equipe entre as favoritas.

Oklahoma enfrenta novo cenário na SEC

A primeira temporada dos Sooners na SEC começou com posição entre os 20 melhores, mas fechou com o segundo recorde negativo do programa desde 1998. Ambos esses resultados ocorreram sob comando de Brent Venables. A transição coincide com um passado recente de 18 anos com 10 ou mais vitórias entre 2000 e 2021. Para o ciclo que se inicia, a tabela de Oklahoma é considerada uma das mais difíceis do país: Texas (nº 1), Alabama (nº 8), LSU (nº 9), South Carolina (nº 13), Michigan (nº 14), Ole Miss (nº 21) e Tennessee (nº 24) estão no caminho.

Quando a mudança foi anunciada, a administração de Oklahoma celebrou o ingresso na SEC com um evento institucional. O aumento de receitas previsto motivou a decisão, mas o nível de competitividade tem exigido rápida adaptação em campo, ainda não evidenciada nos resultados.

Comparação de estratégias

Enquanto Alabama e Ohio State colhem frutos da permanência em ligas tradicionais, os três programas que buscaram novos horizontes ainda procuram ajustar identidade e desempenho. Sobrevivência em calendários mais exigentes, recrutamento em território rival e pressão de torcedores compõem os principais desafios no curto prazo.

Nebraska serve de exemplo para os demais ao ilustrar como a quebra de continuidade pode dificultar a manutenção de padrões históricos de vitória. A experiência dos Cornhuskers sugere que tradição e adaptação precisam caminhar juntas para evitar prolongados períodos de reconstrução.

À medida que o cenário das conferências continua em fluxo, as próximas temporadas indicarão se Oklahoma, USC e Nebraska conseguirão reconquistar o protagonismo que exibiam antes da realocação ou se a decisão de trocar de liga redefinirá de forma permanente a hierarquia entre as marcas mais reconhecidas do futebol americano universitário.

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