Londres – O Reino Unido enfrenta nesta terça-feira (13) o ponto máximo de uma nova onda de calor, acompanhada por alertas de saúde em toda a Inglaterra e por preocupações crescentes com a falta de água no país.
Alertas de calor em vigor
Às 9h (horário local) entram em vigor alertas de calor para todo o território inglês. A Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido emitiu aviso âmbar – segundo nível mais alto – para Midlands, East Anglia, Londres e Sudeste, válido até as 18h de quarta. Nessas áreas, são esperados impactos em transportes e maior demanda por serviços de saúde.
Regiões do Nordeste, Noroeste, Yorkshire, Humber e Sudoeste estão sob alerta amarelo, que aponta possíveis efeitos sobre populações vulneráveis e serviços sociais.
Temperaturas previstas
Depois de uma noite com termômetros elevados, a maior parte da Inglaterra e do País de Gales deve registrar entre 25 °C e 28 °C. Nos pontos mais quentes, que se estendem do sudoeste de Midlands até o oeste de Londres, a temperatura pode atingir 34 °C, limiar que caracteriza onda de calor em várias localidades. Na Escócia e na Irlanda do Norte, as máximas podem variar de 23 °C a 27 °C, com valores mais altos nas áreas orientais e nas Borders.
Ainda que 34 °C não ultrapassem o recorde britânico de 2025 – 35,8 °C medidos em Faversham em 1.º de julho – a marca pode ameaçar o recorde anual galês, de 33,1 °C registrados em Cardiff em 12 de julho.
Quarta-feira ainda quente; alívio parcial na quinta
Na quarta-feira, o calor persiste pelo terceiro dia consecutivo na maioria das regiões, condição que cumpre a definição oficial de onda de calor. O vento muda para sudoeste, favorecendo as temperaturas mais altas em East Anglia, que devem novamente superar 30 °C. Na quinta-feira, a chegada de ar menos úmido e a possibilidade de trovoadas devem reduzir ligeiramente as máximas, sobretudo no oeste.
No fim de semana, a tendência é de novo aquecimento, com retorno de valores entre meados e altos 20 °C e possibilidade de 30 °C no sul da Inglaterra e no sul do País de Gales, à medida que a alta pressão volta a se intensificar.
Cenário de seca e riscos ambientais
O Grupo Nacional de Seca, formado por governo, agência meteorológica, reguladores e companhias de água, classificou a situação de “significativa em nível nacional”. Segundo o colegiado, o déficit hídrico já causa efeitos generalizados em ecossistemas e na agricultura, resultando em menor rendimento de safras, redução de pastagens para gado, danos à vida aquática em rios e áreas úmidas, além de contribuir para incêndios florestais.
O padrão atmosférico que sustenta o calor – jato polar ao norte e alta pressão a leste – favorece a advecção de ar quente e úmido do continente europeu. França e Espanha registraram recordes de temperatura na segunda-feira: Bergerac, 41,4 °C, e Bordeaux, 41,6 °C. Ambos os países mantêm alertas vermelhos.

Imagem: bbc.com
Números do ano até agora
Em 2025, a primavera foi a mais quente e ensolarada já documentada no Reino Unido. Junho e julho ocuparam a segunda e quinta posições na série histórica de temperaturas médias para esses meses. Até o momento, houve 13 dias com termômetros acima de 30 °C, número inferior aos 19 dias de 2022 e aos 34 dias de 1995.
A distribuição de chuva em agosto mostra forte contraste regional. Partes do norte da Escócia já se aproximam da média mensal em apenas 11 dias, enquanto localidades do sul da Inglaterra, como Heathrow e Kew Gardens, ainda não registraram precipitação mensurável.
Critérios para onda de calor
A definição oficial considera três dias consecutivos em que a temperatura ultrapassa limites específicos de cada área: 25 °C em porções norte e oeste do país e 28 °C em setores do leste da Inglaterra. Caso o padrão atual se mantenha, algumas regiões poderão registrar a quarta onda de calor do verão.
Perspectiva para os serviços públicos
Serviços de saúde e transporte permanecem em estado de prontidão. O alerta âmbar indica probabilidade de maior procura por emergências médicas, especialmente entre idosos, crianças e pessoas com condições crônicas. Linhas férreas podem impor redução de velocidade para evitar danos a trilhos dilatados, e concessionárias de energia antecipam picos de consumo devido ao uso de ventiladores e sistemas de refrigeração.
Ainda não há indicação de restrições formais ao uso de água, mas a orientação geral é economizar. Companhias recomendam evitar lavagem de carros, uso prolongado de mangueiras e enchimento de piscinas domiciliares, medidas consideradas essenciais para preservar os reservatórios durante os dias de calor intenso.
Com a previsão de alternância entre picos de calor e eventuais tempestades até o fim de semana, autoridades continuarão monitorando o balanço hídrico e a necessidade de novos alertas sanitários ou ambientais.