A família Pohlad decidiu manter a propriedade majoritária do Minnesota Twins após dez meses avaliando alternativas estratégicas. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo presidente executivo Joe Pohlad, que falou em nome dos demais integrantes do grupo familiar. Em vez de concluir uma venda total do clube, a família optará pela entrada de dois novos grupos de investidores minoritários, movimento que dependerá da aprovação da Major League Baseball (MLB).
A decisão encerra um período de especulações sobre uma possível mudança no controle da franquia. Fundada originalmente como Washington Senators, a equipe transferiu-se para Minnesota em 1961. Desde 1984, o controle pertence à família, quando o banqueiro Carl Pohlad — avô de Joe — adquiriu os Twins por US$ 44 milhões. Quarenta anos depois, os Pohlad reafirmam a intenção de continuar à frente do time e, ao mesmo tempo, reforçar a base de capital e de ideias por meio de novos sócios limitados.
De acordo com Joe Pohlad, a seleção dos dois grupos de investidores foi concluída, mas os nomes permanecerão confidenciais até que o processo receba o aval da liga. O dirigente afirmou que os parceiros trarão “visões complementares” e contribuirão para delinear o planejamento de longo prazo do clube, embora não tenham participação majoritária nem poder de decisão operacional.
No comunicado, a família destacou que examinou “uma ampla gama de oportunidades de investimento e propriedade” e que o critério principal foi preservar o futuro da organização. Pessoas ligadas às negociações informaram que todo o processo começou após a temporada passada, marcada por queda de receitas e por críticas de torcedores a cortes de gastos no elenco.
O cenário fora de campo explica parte da pressão por mudanças. O Twins registra neste ano a menor média de público desde a inauguração do Target Field, em 2010, e projeta terminar 2025 com a menor frequência em 16 temporadas. Em paralelo, a folha de pagamento sofreu retração significativa na última intertemporada, iniciativa determinada pela própria diretoria. Antes do prazo final de 31 de julho para trocas, dez jogadores deixaram o elenco principal, fato que ampliou o descontentamento da base de fãs.
Essa combinação de fatores alimentou especulações sobre a venda integral do clube. Em determinado momento, fontes ligadas ao mercado esportivo apontaram o empresário Justin Ishiba como comprador em potencial, com expectativa de conclusão do negócio no início de 2025. Segundo reportagem do site “The Athletic”, o interesse esfriou porque Ishiba recebeu a possibilidade de adquirir participação majoritária em outra franquia, o que o levou a desistir do acordo informal com Minnesota.

Imagem: foxsports.com
Com a manutenção dos Pohlad no comando, a reação entre torcedores ainda é incerta. A equipe não conquista a World Series desde 1991, e parte da torcida associa a longevidade do jejum a investimentos considerados insuficientes. Em resposta, Joe Pohlad afirmou que a família “ouve a paixão da comunidade” e está “comprometida em construir um time vencedor e uma cultura que orgulhe a região”.
No curto prazo, pouco deve mudar na estrutura administrativa. O quadro executivo permanece liderado por Joe Pohlad, enquanto Dave St. Peter segue como presidente e o departamento de operações de beisebol continua sob responsabilidade de Derek Falvey e Thad Levine. Já o impacto financeiro da entrada dos novos sócios, inclusive em relação à folha salarial de 2026, só ficará claro após a aprovação formal pela MLB e a definição do orçamento para a próxima temporada.
Embora o anúncio encerre a possibilidade imediata de troca de controle acionário, a abertura do capital para investidores externos sinaliza um novo estágio na gestão da franquia. A expectativa interna é de que o aporte dos parceiros, aliado a possíveis receitas adicionais de mídia e patrocínio, ofereça margem para recompor o elenco e recuperar a confiança do público no Target Field.
O processo de aprovação pela MLB não tem prazo específico, mas historicamente requer análise de documentos financeiros e avaliação de conformidade com as normas de governança da liga. Somente após esse trâmite os nomes dos grupos e os percentuais de participação serão divulgados. Até lá, a família Pohlad seguirá exercendo o controle pleno das operações do Minnesota Twins.