O Buffalo Bills reforçou sua política de renovações precoces ao anunciar, nesta quarta-feira, um acordo de quatro anos e US$ 48 milhões com o running back James Cook. A extensão, assinada duas temporadas antes do término do contrato de calouro, eleva para cinco o número de jogadores prolongados pelo clube desde março, todos ainda distantes da agência livre.
Com os novos vínculos de Cook, do edge rusher Greg Rousseau, do linebacker Terrel Bernard, do wide receiver Khalil Shakir e do cornerback Christian Benford, somados ao acordo de seis anos firmado previamente com o quarterback Josh Allen, o investimento total do Buffalo na manutenção de seu núcleo jovem chega a US$ 637 milhões. Todos os contratos entram em vigor a partir de 2026, estratégia que pretende proteger o elenco contra a escalada salarial da NFL.
Detalhes das extensões
Cook, 25 anos, escolhido na segunda rodada de 2022, acumula duas temporadas consecutivas acima das 1.000 jardas terrestres e liderou a liga com 16 touchdowns corridos em 2024. Apesar de ter participado de apenas 45% dos snaps ofensivos na última campanha, mantém média de 4,9 jardas por tentativa. Seu novo vínculo garante remuneração seis vezes superior aos rendimentos obtidos nos três primeiros anos de carreira, que somam US$ 4,6 milhões.
Benford, 24, selecionado na sexta rodada de 2022, despontou em 2024 ao ser classificado pelo Pro Football Focus como o sexto melhor cornerback da liga. Cedeu 5,4 jardas por alvo, índice próximo ao de Patrick Surtain, do Denver Broncos (5,3). A extensão de quatro anos e US$ 69 milhões o coloca apenas na 19ª posição entre os contratos da posição, potencialmente se convertendo em barganha caso mantenha o rendimento.
Shakir, 25, escolhido na quinta rodada, receberá US$ 53 milhões por quatro anos. O valor, superior ao de Cook, reflete a valorização do mercado de recebedores. Até aqui, o jogador soma sete recepções para touchdown em três temporadas, mas a diretoria projeta aumento de participação após a saída de veteranos no grupo de wide receivers.
Bernard, 26, terceiro round de 2022, apresentou 143 tackles e 6,5 sacks como titular em 2023. Embora tenha tido queda estatística em 2024, assegurou confiança do staff e assinou por quatro anos e US$ 52 milhões, valor que o situa em décimo lugar entre os inside linebackers.
Rousseau, 25, primeira escolha de 2021, possuía a opção de quinto ano para 2025, mas recebeu antecipadamente um contrato de quatro anos e US$ 80 milhões. São 25 sacks em quatro temporadas, oito deles no último campeonato. Classificado como 15º edge rusher pelo PFF, o defensor custará cerca da metade dos salários pagos aos pass rushers de elite.

Imagem: foxsports.com
Contexto competitivo
Desde 2019, os Bills conquistaram cinco títulos consecutivos da AFC Leste, sempre com no mínimo 11 vitórias e ao menos um triunfo nos playoffs. O desempenho, porém, esbarrou quatro vezes nos Chiefs nas últimas cinco eliminações pós-temporada. A diretoria acredita que a preservação do grupo principal, aliado ao comando técnico já consolidado, mantém o time entre os candidatos no lado americano.
Ao garantir contratos antes do vencimento original, o Buffalo busca driblar aumentos futuros de mercado. O modelo contrasta com a postura do Dallas Cowboys, que posterga negociações com nomes como Micah Parsons, cenário que elevou os custos de renovações anteriores com Dak Prescott e CeeDee Lamb.
A prática não é exclusiva dos Bills, mas o volume chama atenção. A franquia já possui US$ 170 milhões comprometidos em teto salarial para 2029, montante superado apenas por Philadelphia Eagles e San Francisco 49ers. A projeção é que o espaço restante, combinado ao crescimento anual do salary cap, permita ajustes complementares sem abrir mão das principais peças.
No caso de Allen, a extensão de seis anos e US$ 330 milhões substituiu o acordo vigente, elevando imediatamente sua remuneração. Ao adiantar a renovação, a diretoria evitou que acordos posteriores de outros quarterbacks elevassem ainda mais o piso salarial da posição.
Com contratos assegurados até 2029 para os principais atletas recrutados entre 2021 e 2022, o Buffalo Bills define uma janela de, pelo menos, cinco temporadas para tentar transformar domínio de divisão em presença regular no Super Bowl. A aposta central é que o desempenho apresentado nos três primeiros anos de cada jogador se manterá, oferecendo estabilidade técnica e previsibilidade financeira a longo prazo.