A seleção inglesa de rúgbi feminino tornou-se o primeiro time esportivo do Reino Unido a firmar acordo com a marca Barbie. O anúncio, divulgado nesta semana, prevê ações de incentivo à modalidade para meninas, mas, ao contrário de outras colaborações da fabricante Mattel, não inclui a produção imediata de bonecas das jogadoras.
Inicialmente, a linha oficial será composta por camisetas, moletons e bolas réplica com identidade visual da Barbie e do time, conhecido como Red Roses. O plano, segundo a Rugby Football Union (RFU), é usar a parceria como plataforma para atrair novas praticantes por meio de iniciativas de base, financiamento e conteúdo educativo.
Como parte do acordo, a Mattel fará uma doação de 20 mil libras à RFU. O montante será destinado a ampliar o acesso de meninas a clubes, treinamentos e programas de aperfeiçoamento técnico em todo o território inglês. A companhia também se engajará nos “Girls’ Activity Days”, ação que oferece sessões introdutórias de rúgbi em mais de 400 clubes neste verão europeu.
A associação com atletas não é novidade para a Barbie. Nos últimos anos, a marca lançou versões em miniatura de esportistas como a ginasta olímpica norte-americana Gabby Douglas, a esgrimista Ibtihaj Muhammad, a snowboarder Chloe Kim e a golfista Lorena Ochoa. Entre as britânicas homenageadas estão a velocista Dina Asher-Smith, a boxeadora Nicola Adams e a skatista Sky Brown. No entanto, esta é a primeira vez que um elenco inteiro de uma modalidade coletiva participa de um projeto com a fabricante de brinquedos.
Embora o lançamento não preveja bonecas das jogadoras, a RFU informou que a coleção e as ações podem ser ampliadas no futuro. O interesse comercial é impulsionado pela expectativa em torno da Copa do Mundo de Rúgbi Feminino 2025, que será realizada na Inglaterra de 22 de agosto a 27 de setembro. As anfitriãs aparecem como principais favoritas ao título e estreiam contra os Estados Unidos em Sunderland, no dia 22 de agosto.
Com a competição em casa, a entidade inglesa considera que a visibilidade da equipe pode servir de vitrine para atrair público novo. A cobertura da BBC confirmada para todas as partidas das seleções de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda, além da transmissão integral pelo serviço de streaming da emissora, deve reforçar essa exposição.
O histórico da Barbie com questões de imagem corporal também foi mencionado pela RFU como um ponto relevante para a campanha. O brinquedo recebeu críticas no passado por representar padrões estéticos considerados inalcançáveis. Em resposta, a Mattel introduziu variações de corpo, tom de pele e cabelo em 2016 e, em 2023, o longa-metragem “Barbie” abordou estereótipos de gênero e desafios de autoimagem.
Imagem: bbc.com
Para a federação, unir o rúgbi feminino a uma marca que dialoga com vários perfis de público pode contribuir para combater estigmas que ainda rondam o esporte. A proposta é apresentar jogadoras de alto rendimento como modelos de força, habilidade e espírito coletivo, reforçando a ideia de que diferentes biotipos têm espaço dentro do campo.
Além da linha de produtos e do aporte financeiro, a colaboração contempla conteúdos audiovisuais que contarão histórias das atletas e mostrarão o cotidiano de treinamento da seleção. Esses materiais serão divulgados nas plataformas digitais da Mattel e da RFU ao longo da preparação para o Mundial.
Segundo a diretoria da RFU responsável pelo rúgbi feminino, a presença da Barbie no projeto agrega valor por sua capacidade de alcançar famílias e crianças que, de outro modo, teriam pouco contato com a modalidade. A entidade projeta que o alcance da campanha se traduza em aumento de inscrições em clubes e em maior diversidade dentro das categorias de base.
Com a temporada internacional se aproximando e o Mundial no horizonte, o acordo com a Barbie passa a integrar o planejamento estratégico da seleção inglesa. A expectativa é que o engajamento gerado pela iniciativa acompanhe o desempenho das Red Roses em campo, criando um ciclo virtuoso de visibilidade, participação e investimento no rúgbi feminino.
