Lesão nas costas de Matthew Stafford expõe falta de sucessor e ameaça planos dos Rams

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O Los Angeles Rams inicia a reta final da pré-temporada cercado por incertezas sobre a condição física de Matthew Stafford. O quarterback, de 37 anos, não treina desde a abertura do campo de treinamento devido a um disco agravado na coluna. A equipe pretende submetê-lo a um novo teste de arremessos neste sábado, antecedendo o duelo de preparação contra o Los Angeles Chargers, no SoFi Stadium, mas ainda não há garantia de retorno aos exercícios regulares.

Na semana passada, Stafford realizou 68 lançamentos no centro de treinamento em Woodland Hills e foi considerado “bem” pelo técnico Sean McVay. Mesmo assim, permaneceu fora de todas as atividades conjuntas com o New Orleans Saints realizadas em Carson. Segundo o treinador, nenhuma possibilidade de cirurgia foi discutida até o momento, porém o desconforto persiste e impede a programação normal do veterano.

A preocupação se intensifica porque os Rams remodelaram o elenco para brigar novamente pelo Super Bowl. Nas últimas duas temporadas, a franquia investiu pesado na linha defensiva, que hoje conta com Jared Verse, Kobie Turner e Braden Fiske, mas manteve a dependência de um quarterback com histórico extenso de lesões. Desde que chegou a Los Angeles, Stafford acumulou costelas fraturadas, contusão no quadril, problemas no cotovelo, concussão e ausência de sete jogos em 2022 devido a hematoma na medula espinhal.

Durante a entressafra, o clube autorizou o atleta a procurar interessados em uma troca. Raiders e Steelers demonstraram intenção, mas as negociações terminaram com um novo vínculo de dois anos e US$ 84 milhões. A renovação garantiu estabilidade salarial, embora não tenha dissipado o risco de novas baixas ao longo do calendário.

Caso Stafford precise ser poupado durante a temporada regular de 2025, o substituto imediato é Jimmy Garoppolo. O experiente reserva de 33 anos voltou ao elenco com contrato de um ano no valor de US$ 3 milhões após passagem discreta em 2023. Garoppolo exibiu bom desempenho contra uma defesa desfalcada do Dallas Cowboys na semana anterior, mas oscilou diante do Saints, situação que McVay definiu como “altos e baixos”. A combinação de histórico de lesões e irregularidade torna difícil projetar o camisa 10 conduzindo a equipe em uma campanha longa de pós-temporada.

Desde a chegada de McVay em 2017, o draft foi pouco utilizado para preparar um sucessor. O único quarterback selecionado nesse período foi Stetson Bennett, escolha de quarta rodada em 2023. Apesar de evolução visível em seu terceiro ano profissional, o ex-Georgia não é visto internamente como solução definitiva. A escassez de escolhas de primeira rodada entre 2017 e 2023, consequência de trocas agressivas, limitou as possibilidades de investimento em um prospecto de elite.

No recrutamento mais recente, os Rams abriram mão da 26ª posição, logo depois de o New York Giants escolher Jaxson Dart. Nomes como Tyler Shough, Jalen Milroe e Shedeur Sanders ainda estavam disponíveis, mas a franquia optou por acumular capital de draft. Em 2024, o clube chegou a estudar a possibilidade de subir por Michael Penix Jr., J.J. McCarthy ou Bo Nix, mas concentrou esforços em outras posições. Para 2025, há duas escolhas de primeira rodada, cenário que pode, finalmente, direcionar recursos ao setor.

Enquanto isso, a prioridade é recuperar Stafford a tempo da estreia contra o Houston Texans. McVay afirma estar testando “diferentes abordagens” de tratamento, sem detalhar prazos. A ausência de um plano de sucessão sólido, porém, coloca pressão adicional sobre o corpo médico e sobre o próprio quarterback, cujo status físico definirá se o elenco reforçado poderá transformar potencial em resultados concretos.

Os próximos dias serão decisivos. Caso o teste de sábado provoque nova piora, o comando técnico terá de ajustar rapidamente a preparação ofensiva a Garoppolo ou recorrer a Bennett. A temporada que começa com aspirações ao título pode, assim, depender da capacidade de um jogador experiente superar mais uma barreira física — e da habilidade da organização em lidar com uma lacuna que já se arrasta há quatro anos.

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