Mets recorrem ao novato Nolan McLean para tentar estancar crise da rotação

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A pior sequência do New York Mets desde 2018 forçou o clube a lançar mão de seu principal prospecto de arremessador para tentar estabilizar uma rotação em colapso. No sábado, no Citi Field, o destro Nolan McLean, de 24 anos, estreou na liga principal com 5 1/3 entradas sem permitir corridas e oito eliminações por strikeout, conduzindo a equipe à vitória por 3 a 1 sobre o Seattle Mariners, dono de um dos ataques mais produtivos da temporada.

O resultado quebrou uma série negativa que somava 14 derrotas em 17 partidas e ofereceu ao Mets (65–58) um alívio temporário em meio à disputa pela última vaga de wild card na Liga Nacional. Mesmo assim, a situação expõe um planejamento que falhou em garantir profundidade suficiente para o grupo de titulares, apesar da folha salarial próxima de US$ 340 milhões – a segunda mais alta da Major League Baseball.

A construção de uma lacuna

Ao fim da pré-temporada, o presidente de operações David Stearns optou por contratações intermediárias em vez de nomes consagrados. Chegaram Frankie Montas (dois anos, US$ 34 milhões), Clay Holmes (três anos, US$ 38 milhões) e Griffin Canning (um ano, US$ 4,25 milhões). A rotação de abertura contou ainda com Kodai Senga, David Peterson e Tylor Megill, enquanto Sean Manaea iniciava o campeonato na lista de contundidos.

Até meados de junho, o quinteto superou expectativas: liderança da MLB em ERA coletivo, com 2,83. O cenário mudou quando Senga, Canning e Megill sofreram lesões quase simultâneas. Desde 13 de junho, os titulares nova-iorquinos acumulam ERA de 5,34, 26º pior desempenho do período.

Montas voltou do departamento médico para registrar 6,68 de ERA em sete aparições antes de ser transferido para o bullpen. Holmes, convertido a titular após seis anos como reliever, atravessa queda acentuada e tem 5,10 de ERA nos últimos dez jogos. Nenhum arremessador além de Peterson completou a sexta entrada nos últimos dois meses, obrigando o clube a recorrer a nomes de menor expressão como Huascar Brazoban, Chris Devenski, Brandon Waddell e Justin Hagenman.

Tentativa de compensação no bullpen

Na esperança de amenizar a pressão sobre os titulares, Stearns investiu pesado no mercado de meio de temporada para reforçar o bullpen. Chegaram o fechador Ryan Helsley, o submariner Tyler Rogers e o canhoto Gregory Soto. Apesar de Rogers e Soto cumprirem o papel, Helsley sofreu com a adaptação: nove corridas (cinco merecidas) em 5 1/3 entradas pelos Mets.

Ofensiva irregular agrava quadro

Nem o ataque, comandado por Juan Soto, Francisco Lindor e Pete Alonso, conseguiu compensar. Desde 13 de junho, o elenco registra wRC+ de 98, dois pontos abaixo da média da liga, contribuindo para a campanha de 20 vitórias e 34 derrotas no recorte. Apenas o Washington Nationals teve desempenho pior, equipe que já demitiu gerente geral e técnico nesta temporada.

Responsabilidade sobre McLean

Nesse contexto, McLean passa a ser peça-chave num calendário exigente que inclui sete confrontos com o líder de divisão Philadelphia Phillies, além de séries contra Tigers, Reds, Padres e Cubs nas próximas cinco semanas. Portador de um arsenal de seis arremessos e taxa de rotação de bola superior à do veterano Charlie Morton, o novato mostrou potencial para confundir elencos poderosos, mas precisará sustentar consistência em plena corrida por pós-temporada.

Internamente, há reconhecimento de que a promoção poderia ter ocorrido antes, mas adiar a subida garante ao clube um ano extra de elegibilidade de novato para o arremessador em 2026. Com poucos caminhos restantes, a comissão técnica deposita confiança no reforço tardio para reacender uma campanha que já perdeu vantagem de 5,5 jogos na divisão.

Após o triunfo de sábado, o Mets manteve vantagem de apenas um jogo sobre o Cincinnati Reds pelo terceiro posto do wild card, única rota plausível após o distanciamento em relação ao Phillies. O desempenho de McLean nas próximas semanas terá peso significativo para definir se a organização conseguirá interromper a trajetória descendente e prolongar a temporada além de setembro.

Enquanto o futuro imediato depende de um braço inexperiente, a sequência de acontecimentos reforça a avaliação de que, mesmo com investimentos robustos, a ausência de profundidade confiável na rotação pode comprometer objetivos elevados em questão de semanas. Se McLean repetirá ou não a estreia dominadora, resta à torcida aguardar; por ora, o novato tornou-se a aposta central de um elenco bilionário em busca de estabilidade.

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