As principais manchetes dos jornais britânicos deste domingo concentram-se na repercussão internacional do encontro no Alasca entre Donald Trump e Vladimir Putin, bem como em debates domésticos sobre mobilidade urbana, políticas sociais e segurança pública.
O Sunday Times informa que Putin propôs congelar as linhas de frente em duas províncias ucranianas, condicionando a trégua à retirada das tropas de Kyiv da região de Donbas. O jornal acrescenta que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viajará a Washington nesta segunda-feira para se reunir com o ex-presidente Trump, numa tentativa de obter apoio antes de qualquer possível acordo.
De acordo com o Sunday Telegraph, Trump “estaria inclinado” a aceitar a exigência do Kremlin de que a Ucrânia entregue a rica área mineral de Donetsk como preço pelo fim das hostilidades. A publicação descreve o movimento como um “land grab” (apropriação de terras) por parte da Rússia e ressalta a preocupação de que uma concessão desse porte possa redefinir fronteiras pela força.
O mesmo jornal também aborda a decisão do Partido Trabalhista de abandonar planos de restringir novas áreas de trânsito reduzido e implantar mais zonas de velocidade máxima de 20 mph. Conservadores classificaram a mudança como um “golpe nos motoristas”, argumentando que a medida configuraria uma renovação da chamada “guerra contra os automóveis”.
Para o Mail on Sunday, Zelensky estaria “preso em um aperto formado por Trump e Putin”. Segundo a reportagem, líderes mundiais receiam que o mandatário ucraniano seja compelido a ceder extensas parcelas do território nacional em troca de uma “paz frágil” quando se encontrar com Trump na Casa Branca. O jornal ainda destaca a reação do ex-primeiro-ministro Boris Johnson, que descreveu a cúpula no Alasca como “o encontro mais nauseante da história diplomática”.
O Sunday Express traz advertências de especialistas em política externa de que o Ocidente corre “grave perigo” caso “ceda a Putin”. Analistas ouvidos pela publicação afirmam que Reino Unido e Europa enfrentam o maior desafio de segurança desde a Segunda Guerra Mundial e alertam que um acordo apressado, voltado a garantir ganhos diplomáticos a Trump, poderia recompensar Moscou e encorajar novas agressões a países vizinhos.
Em outra frente, o Sunday Mirror dá destaque ao apelo do ex-líder trabalhista Neil Kinnock para que o governo elimine o teto de dois filhos nos benefícios sociais. O político argumenta que a medida poderia retirar cerca de 60 mil crianças da pobreza. Em entrevista ao jornal, Kinnock afirma que a atual conjuntura de dificuldades econômicas “deixaria Charles Dickens furioso”, numa alusão às condições retratadas pelo escritor no século XIX.

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O Observer publica artigo assinado pela secretária do Interior, Yvette Cooper, no qual ela defende novamente a classificação do grupo Palestine Action como organização terrorista. Cooper sustenta que o movimento ultrapassa a definição de protesto ocasional, justificando a proscrição anunciada pelo governo.
Já o The Sun noticia que a BBC criou uma força-tarefa para investigar alegações envolvendo o programa Strictly Come Dancing e solicitou apoio da polícia metropolitana. A emissora não comentou o assunto até o momento, e o jornal afirma ter procurado o comando policial para obter esclarecimentos.
Fechando o panorama, o Daily Star alerta para o comportamento agressivo de gaivotas que estariam consumindo restos de bebidas alcoólicas em parques e praias. De acordo com o tabloide, aves intoxicadas teriam roubado copos de cerveja e atacado trabalhadores da limpeza urbana, o que levou o jornal a aconselhar a população a descartar garrafas e latas adequadamente para evitar encontros com os chamados “psicopatas alados amantes de cerveja”.
As manchetes refletem, portanto, um equilíbrio entre temas internacionais, como a proposta de cessar-fogo de Putin e as implicações diplomáticas para a Ucrânia, e questões internas britânicas que vão de políticas de mobilidade até preocupações com programas de entretenimento e segurança pública.