O tradicional Players’ Weekend, iniciativa da Major League Baseball que libera o uso de equipamentos personalizados, retorna nesta temporada e transforma os gramados em vitrines de criatividade. Durante todo o fim de semana, atletas das 30 franquias utilizam bastões, chuteiras e máscaras de receptor especialmente decorados para destacar interesses pessoais, apelidos ou causas sociais, oferecendo aos torcedores um panorama dos gostos e das histórias individuais por trás dos uniformes.
A proposta, criada para aproximar jogadores e público, mantém o formato adotado em edições anteriores: cada atleta recebe autorização para alterar, dentro de limites pré-estabelecidos pela liga, a aparência de itens de jogo normalmente padronizados. Nesta edição, o resultado mistura humor, tributos familiares e referências à cultura pop, evidenciando a diversidade de origens e inspirações presentes no elenco da MLB.
Bastões ganham personagens, homenagens e apelidos
Um dos destaques fica por conta do receptor Cal Raleigh, do Seattle Mariners. Artilheiro de home runs da Liga Americana até o momento, ele leva a campo o “Big Butt Bat”, referência direta ao apelido “Big Dumper” que recebeu dos companheiros e da torcida. O design reforça a imagem bem-humorada associada ao jogador e deve chamar atenção a cada aparição no prato.
No Los Angeles Dodgers, o primeira base Freddie Freeman transformou a personalização em homenagem familiar. Três bastões de cores distintas trazem inscrições com os nomes de seus filhos — Charlie, Brandon e Maximus — permitindo que o atleta alterne a madeira de acordo com a ordem de rebatedores ou simplesmente carregue consigo um lembrete dos meninos a cada turno ofensivo.
Entre os jovens talentos, o terceira base Josh Jung, do Texas Rangers, levou a cultura geek para o campo ao brandir um bastão que simula um sabre de luz. O conceito se soma a outras inspirações cinematográficas, como o bastão “Lightning McQueen” empunhado por Marcelo Mayer, do Boston Red Sox, e o “Perry the Platypus Bat” utilizado pelo receptor Drake Baldwin, do Atlanta Braves.
A utilização do equipamento também serve, para alguns atletas, como forma de eternizar laços afetivos. O segunda base Ketel Marte, figura central no Arizona Diamondbacks, estampa no bastão uma imagem em que aparece ao lado da mãe, falecida em 2017. O tributo reforça o peso emocional que o Players’ Weekend pode carregar, indo além do aspecto meramente estético.
Chuteiras temáticas espalham cores pelo diamante
No montinho, o arremessador Tarik Skubal, do Detroit Tigers, optou por chuteiras inspiradas em “Scooby-Doo”. As ilustrações do clássico desenho aparecem nas laterais, combinadas ao esquema de cores verde e azul característico da “Máquina Mistério”. A escolha dialoga com o senso de diversão que o evento propõe sem interferir na performance.
Outro exemplo é Gleyber Torres, infielder do New York Yankees, que adotou chuteiras com temática de “Thomas e seus Amigos”. Enquanto corre as bases, o venezuelano exibe imagens da locomotiva Thomas, personagem que marcou gerações de programas infantis. A iniciativa mostra que, mesmo em uma equipe conhecida pela tradição e pela rigidez no uniforme, há espaço para manifestações criativas.

Imagem: Internet
Máscaras de receptor também entram no clima
Embora bastões e chuteiras concentrem a maior visibilidade, os equipamentos de proteção não ficam atrás. Diversos catchers apresentaram máscaras com grafismos autorais, mesclando logotipos das franquias a desenhos ligados a causas beneficentes ou memórias pessoais. As peças, produzidas por artistas especializados em arte automotiva, mantêm as especificações de segurança exigidas pela liga, mas ganham paleta de cores e símbolos particulares.
Integração com iniciativas comunitárias
Além do fator estético, muitos jogadores aproveitam o fim de semana para divulgar organizações filantrópicas. Parte dos calçados e bastões será leiloada posteriormente, com renda revertida para fundações que apoiam educação, combate ao câncer ou programas de inclusão esportiva. Dessa forma, o Players’ Weekend cumpre dupla função: permite experimentação visual e cria uma ponte entre atletas, torcedores e projetos sociais.
A MLB não estabelece estatísticas específicas para o período, mas acompanha de perto a repercussão nas redes sociais, onde fotos dos itens personalizados circulam rapidamente. Os clubes, por sua vez, estimulam os atletas a compartilhar histórias por trás de cada desenho, reforçando o caráter narrativo da iniciativa.
Com cronograma concentrado em três dias de jogos na temporada regular, o Players’ Weekend reafirma a proposta de humanizar os protagonistas do esporte. Ao substituir momentaneamente a rigidez do uniforme oficial por toques de cor, referências familiares e ícones da cultura pop, a liga fortalece a conexão entre arquibancada e campo, sem interferir na competitividade das partidas.
Concluído o evento, os itens retornam às coleções pessoais, seguem para leilões ou ganham espaço em exibições dos próprios clubes, registrando mais um capítulo da relação entre beisebol, memória e expressão individual.