A reta final da temporada regular da Major League Baseball mantém aberta a disputa por vagas nos playoffs em ambas as ligas. No Oeste da Liga Americana, Seattle Mariners e Houston Astros travam corrida ponto a ponto pelo título da divisão, ao passo que Yankees e Mets, representantes de Nova York, lutam para não ficarem fora da pós-temporada. Outros cenários, como a ascensão do Cleveland Guardians e a adaptação de reforços recentes, também atraem atenção neste momento decisivo.
Mariners x Astros pelo Oeste da AL
Seattle não conquista a divisão desde 2001, mas aposta que 2024 pode ser o ano da virada. A equipe venceu nove dos primeiros onze compromissos em agosto e ganhou profundidade ofensiva com as chegadas de Josh Naylor e Eugenio Suárez. O elenco já contava com um dos grupos de arremessadores mais eficientes da liga e agora ostenta lineup mais equilibrado. Do outro lado, Houston busca o quinto título consecutivo do Oeste e o oitavo em nove temporadas, mesmo após campanha marcada por lesões em peças-chave. Além da tradicional experiência em confrontos decisivos, os Astros devem recuperar parte do elenco lesionado nas próximas semanas. Até o momento, quando o recorte envolve partidas contra times acima de .500, a diferença é mínima: Houston tem 35-27 e Seattle, 36-26. Nesse critério, apenas o Toronto Blue Jays (38 vitórias) supera as duas equipes na AL.
Suárez ainda não engrenou
Embora tenha preenchido lacuna no hot corner de Seattle, Eugenio Suárez apresenta números modestos desde a troca. O dominicano acumula alto índice de strikeouts e dificuldades para gerar contato sólido, cenário atribuído a amostra reduzida e, possivelmente, às boladas sofridas em ambas as mãos—uma durante o All-Star Game e outra dez dias depois, contra Detroit. Exames não detectaram fraturas, mas a produção caiu após o intervalo do meio da temporada. Mesmo assim, o histórico de explosões ofensivas do terceira base sugere que uma única partida de destaque pode mudar o panorama antes da pós-temporada.
Guardians encostam nos Yankees
A disputa pelo último wild card da Liga Americana envolve Cleveland e New York Yankees, separados por meio jogo. No fim de julho, os Guardians estavam dois jogos abaixo de .500 e ainda perderam o fechador Emmanuel Clase, afastado por investigação de apostas. A equipe, entretanto, reagiu com dez vitórias nas últimas 13 apresentações e decidiu manter boa parte do elenco no prazo de trocas, trocando apenas o arremessador Shane Bieber, que se recupera de cirurgia. Cade Smith assumiu parte das entradas finais: em agosto, soma três vitórias, dois salvamentos e nenhuma corrida cedida. Já os Yankees, que lideravam a Divisão Leste por sete jogos no final de maio, atravessam fase marcada por erros defensivos e irregularidade ofensiva, mas ainda contam com elenco considerado talentoso o suficiente para retomar o controle da vaga.

Imagem: foxsports.com
Mets ameaçados na Liga Nacional
No Queens, o alerta está ligado. O New York Mets viu a diferença para o Philadelphia Phillies na Divisão Leste chegar a cinco jogos e tem apenas leve vantagem na corrida pelo wild card, com o Cincinnati Reds a meio jogo. Após 12 derrotas em 14 partidas, o principal problema reside na rotação: David Peterson, Sean Manaea, Frankie Montas e Clay Holmes exibem ERA superior a 7.00 em agosto; Kodai Senga registra 5.40 no mesmo período. O bullpen, reforçado para 2024, pouco pode fazer quando os titulares não avançam entradas suficientes. Em paralelo, a formação ofensiva sofre com falta de sincronia: Francisco Lindor, Pete Alonso e Juan Soto raramente produzem juntos. Soto, estrela adquirida na entressafra, ainda busca momento decisivo com a nova camisa, cenário que aumenta o temor de a equipe desperdiçar o investimento e ver os playoffs pela televisão.
Devers melhora, mas Giants seguem distantes
No Oeste da Liga Nacional, Rafael Devers começa a mostrar rendimento próximo ao esperado pelo San Francisco Giants. O terceira base soma quatro home runs em agosto, OPS acima de .900 no mês e, especificamente em casa, ultrapassa a marca de 1.000. A queda na taxa de swings fora da zona e o aumento no hard-hit apontam evolução. Contudo, os Giants estão três jogos abaixo de .500, 5,5 atrás da última vaga da NL e, segundo projeções, têm apenas 3,3% de chance de avançar. A boa fase individual, portanto, serve mais como indício para ajustes em 2025 do que como impulso imediato à classificação.
Com menos de dois meses para o início da pós-temporada, cada série ganha contorno de decisão. Enquanto Seattle e Houston definem quem erguerá o troféu divisional, Nova York tenta escapar de temporada sem beisebol em outubro, situação rara na era moderna. Ao mesmo tempo, Cleveland e Cincinnati surgem como ameaças concretas, e desempenhos individuais, como os de Suárez e Devers, podem alterar o equilíbrio de forças nas últimas semanas.