Pete Alonso tornou-se o maior rebatedor de home runs da história do New York Mets ao alcançar, na noite de terça-feira (data local), seu 253º home run pela franquia. O marco foi atingido na terceira entrada da vitória por 13 a 5 sobre o Atlanta Braves, no Citi Field, diante de 39.748 torcedores. O arremessador vítima do lance histórico foi Spencer Strider. Minutos depois, na sexta entrada, Alonso somou mais um e elevou o recorde para 254, consolidando a quebra da antiga marca de 252, que pertencia a Darryl Strawberry desde 1990.
A celebração incluiu coro da torcida, duas chamadas para acenos no topo do dugout e abraços de todos os companheiros de equipe, que deixaram o banco para cumprimentar o primeira base. A festa em campo foi tão intensa que o sistema de pirotecnia do estádio ficou sem fogos após a sequência de rebatidas de Alonso, Brandon Nimmo, Francisco Álvarez e Brett Baty, responsáveis por quatro dos cinco home runs nova-iorquinos na partida.
O feito coroou uma trajetória iniciada em 2019, quando o então novato bateu 53 home runs, recorde absoluto para um estreante nas Grandes Ligas. Naquele ano, Alonso saiu do status de dúvida no elenco principal na pré-temporada para titular no Dia de Abertura, All-Star, campeão do Home Run Derby e detentor da marca histórica para rookies. Desde então, sua regularidade no bastão tornou a ultrapassagem de Strawberry apenas questão de tempo: foram mais 200 bolas além do muro em menos de seis temporadas completas.
A temporada passada, contudo, quase encerrou a passagem do jogador pelo Queens. Em ano de término de contrato, Alonso registrou 34 home runs e OPS de .788, ambos mínimas em temporadas completas, levantando dúvidas sobre uma renovação. Em 22 de setembro, um groundout na oitava entrada parecia seu último turno no Citi Field como atleta dos Mets. Duas semanas depois, porém, o cenário mudou com um home run de três corridas sobre Devin Williams, do Milwaukee Brewers, na partida de wild card da Liga Nacional. O golpe estendeu a vida dos Mets nos play-offs, encerrada apenas na sexta partida da final de liga diante do futuro campeão, Los Angeles Dodgers.
As negociações contratuais se intensificaram no inverno. O proprietário Steve Cohen classificou as conversas com o agente Scott Boras como “exaustivas”. Em 6 de fevereiro, as partes chegaram a um acordo de dois anos e US$ 54 milhões, com opção de saída do atleta após 2025. O valor tornou Alonso o primeira base mais bem pago da liga este ano, mas não satisfez o desejo do jogador por um vínculo de longo prazo.
Aos 30 anos, Alonso afirma pretender atuar até completar 40. Caso exerça a cláusula de saída ao fim da atual temporada, ele voltará ao mercado em busca de contrato multianual. O presidente de operações de beisebol David Stearns e Cohen precisarão decidir se oferecerão o compromisso desejado ou se correrão o risco de vê-lo partir, possibilidade que preocupa parte do elenco. O outfielder Brandon Nimmo, companheiro desde 2019, declarou apoiar a busca de Alonso por reconhecimento financeiro, mas ressaltou o interesse de vê-lo permanecer no Queens.

Imagem: foxsports.com
Se Alonso deixar a equipe, outro nome desponta para quebrar seu novo recorde: Juan Soto. Contratado antes desta temporada e já com 229 home runs na carreira, o dominicano divide a liderança interna de home runs em 2025 com o próprio Alonso, ambos com 28. Com 15 anos de contrato pela frente, Soto poderia superar a marca recém-estabelecida em meados do vínculo, caso o atual líder não amplie a contagem como atleta dos Mets.
Os dirigentes nova-iorquinos reconhecem o impacto do jogadores nos resultados e na relação com os fãs. Segundo o técnico Carlos Mendoza, a reação de Alonso à conquista expôs a importância do momento para o atleta e para a torcida. O clube também encerrou uma sequência de sete derrotas com o triunfo sobre o Braves, retomando a disputa por posições na Divisão Leste.
Com 254 home runs, três aparições em All-Star Games e um histórico de durabilidade — foram 162 jogos disputados no ano passado —, Pete Alonso reforça o argumento de que seu lugar é em Nova York. Resta saber se a diretoria coincidirá com a visão do jogador, garantindo que o “Polar Bear” continue a expandir uma marca que, em caso de permanência, poderá alcançar a faixa de 450 a 500 home runs antes de pendurar as luvas.