JEDÁ – Ronnie O’Sullivan alcançou um feito histórico na semifinal do Saudi Arabia Masters ao realizar um break máximo de 147 pontos logo no primeiro frame contra Chris Wakelin. Aos 49 anos e 253 dias, o inglês tornou-se o jogador mais velho a executar uma tacada perfeita em competição oficial.
O lance marcou a 16ª vez em que O’Sullivan consegue um total clearance em sua carreira profissional. A última havia ocorrido em outubro de 2018, durante o English Open. Nenhum outro atleta ultrapassou a marca de 13 tacadas máximas; o escocês John Higgins, contemporâneo de O’Sullivan na chamada “Classe de 92”, soma 13.
Depois do 147 inaugural, o sete vezes campeão mundial manteve o ritmo ao somar 142 pontos na segunda parcial e chegou ao intervalo liderando o confronto por 3-1. Caso confirme a vitória, o inglês poderá conquistar seu primeiro título de ranking em 19 meses.
Além do impacto esportivo, a tacada rendeu recompensa financeira. O’Sullivan dividirá um bônus de £50.000 com o tailandês Thepchaiya Un-Nooh, responsável pelo terceiro 147 da temporada, obtido no início da semana. Ambos ainda têm a chance de receber outras £147.000 se voltarem a completar uma tacada máxima em um dos eventos da Tríplice Coroa deste ciclo – UK Championship, Masters ou Campeonato Mundial.
O Saudi Arabia Masters, realizado em Jedá e tratado pelos organizadores como o “quarto major” do circuito, distribui pontuação de ranking equivalente a torneios tradicionais do calendário. O desempenho de O’Sullivan reforça sua busca por posições mais altas na classificação, após um período sem troféus.
Rota até a final
Na outra semifinal, disputada horas antes, Neil Robertson superou Elliot Slessor por 6-3 e garantiu presença em sua 39ª decisão de ranking. O australiano controlou a maior parte do embate com séries de 93 e 50 pontos, mesmo em uma partida marcada por oscilações de ambos os lados.
Robertson avaliou que o bom início foi determinante para administrar a vantagem, aproveitando a ansiedade do adversário. O resultado representa passo importante para o australiano consolidar lugar nos principais torneios do restante da temporada, requisito fundamental para sua programação competitiva.

Imagem: bbc.com
O triunfo também encerra sequência sem grandes conquistas do campeão mundial de 2010, que chegou a ocupar postos mais baixos na hierarquia internacional nos últimos anos. A vaga na final assegura uma quantidade relevante de pontos, suficiente para recolocá-lo em situação mais confortável na corrida por convites automáticos para eventos de elite.
Impacto no panorama da temporada
A tacada máxima de O’Sullivan é a quarta registrada no circuito em 2024 e reforça a valorização dos prêmios extras dedicados a esse tipo de feito. Patrocinadores e promotores de eventos vêm direcionando bolsas adicionais para incentivar jogadas históricas, numa tentativa de aumentar o interesse do público e elevar a audiência televisiva.
No plano esportivo, o novo recorde de idade amplia a já extensa lista de estatísticas que têm O’Sullivan como protagonista. O inglês soma 41 títulos de ranking e permanece em busca de novos marcos individuais, enquanto tenta controlar a carga de competições para prolongar a carreira.
Wakelin, por sua vez, entrou em quadra com pouco a perder, mas acabou presenciando o momento marcante do rival. Apesar do revés inicial, o inglês ainda luta para manter-se na disputa, pois o confronto é decidido em melhor de 11 frames.
Com Robertson garantido na decisão e O’Sullivan em vantagem na outra semifinal, a final do Saudi Arabia Masters pode colocar frente a frente dois atletas que, em fases distintas, buscam reforçar legado e retomada de confiança. O desfecho definirá não apenas o campeão do torneio, mas também poderá impactar a distribuição de bônus e pontos que influenciam a composição do ranking na reta final da temporada.