Starmer afirma que esforços de Trump aproximam fim da guerra na Ucrânia

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O primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, declarou neste sábado que iniciativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocam o fim da guerra na Ucrânia “mais próximo do que nunca”. A avaliação foi feita um dia após a cúpula em Anchorage, no Alasca, onde Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, não chegaram a um acordo de cessar-fogo.

Starmer ressaltou que qualquer “caminho para a paz” depende da participação direta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e assegurou que o Reino Unido manterá “apoio inabalável” a Kiev pelo tempo que for necessário. Ele também destacou a disposição de Washington e de governos europeus em oferecer garantias de segurança robustas à Ucrânia como parte de um eventual entendimento.

O encontro entre Trump e Putin havia sido anunciado como passo decisivo para encerrar o conflito iniciado em fevereiro de 2022, quando tropas russas cruzaram a fronteira ucraniana. Apesar das expectativas, a reunião terminou sem anúncio de trégua e sem cronograma para negociações formais. Na saída, Trump afirmou que houve “grande progresso”, mencionando “muitos pontos” de concordância e “poucos” ainda pendentes.

No mesmo dia, Zelensky, que já planejava deslocar-se a Washington na próxima segunda-feira, conversou com Trump por telefone. Segundo o líder ucraniano, é necessário buscar uma paz duradoura, “não apenas outra pausa entre invasões russas”. Ele advertiu que Moscou pode intensificar bombardeios nos próximos dias para pressionar por condições mais favoráveis em diálogos futuros.

Em Londres, Starmer telefonou para vários aliados ocidentais durante a manhã de sábado. De acordo com seu gabinete, o premiê reforçou a importância de coordenar sanções adicionais contra Moscou enquanto “Putin não interromper seu ataque”. Ainda no sábado, Paris informou que Starmer participará no domingo de uma videoconferência organizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, reunindo a chamada “coalizão de países dispostos” a apoiar Kiev.

Uma fonte de Downing Street explicou que qualquer acordo de paz exigirá garantias de segurança e que “o envolvimento dos Estados Unidos é parte fundamental desse processo”. O mesmo interlocutor afirmou que os contatos internacionais buscam evitar lacunas que permitam à Rússia consolidar posições em território ucraniano antes de um eventual cessar-fogo.

Antes da cúpula do Alasca, Trump estimou em entrevista à Fox News Radio que havia 25% de chance de o encontro fracassar. Mesmo sem resultado concreto, o presidente norte-americano considerou que as conversas lançaram bases para futuras tratativas. Detalhes sobre os pontos em discussão não foram divulgados oficialmente.

Na sexta-feira, véspera da reunião entre Trump e Putin, Zelensky foi recebido por Starmer em Downing Street para um café da manhã de trabalho. O gesto foi interpretado como demonstração de respaldo britânico à Ucrânia, além de sinal ao Kremlin de que Kiev permanece integrada às consultas entre aliados.

Desde o início do conflito, forças russas ocupam extensas áreas do leste e do sul da Ucrânia. Analistas militares apontam que o impasse no campo de batalha, combinado à pressão econômica das sanções, aumentou o interesse de Moscou por negociações, embora o Kremlin continue exigindo reconhecimento internacional das regiões anexadas. Kiev, por sua vez, reivindica retirada total das tropas e retorno às fronteiras reconhecidas pela comunidade internacional.

Enquanto não há cessar-fogo, governos ocidentais ampliam a entrega de armamentos e assistência financeira a Kiev. Em Washington, parlamentares debatem novos pacotes de apoio, e, em Bruxelas, a União Europeia discute reforço do treinamento de militares ucranianos. Londres mantém envios regulares de equipamentos de defesa aérea e munições.

Starmer concluiu seu pronunciamento afirmando que, se o Kremlin não interromper as operações, as sanções “continuarão a apertar os parafusos da máquina de guerra” russa. Ele elogiou o “papel de liderança” de Trump na tentativa de alcançar um entendimento e reiterou que a presença de Zelensky é indispensável nos próximos passos diplomáticos.

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