A Universidade do Tennessee figura na 13ª posição do “Ultimate 136”, lista elaborada pelo analista RJ Young para o futebol americano universitário em 2025. A colocação repete o desempenho obtido no levantamento anterior e chega em um momento de ampla reformulação no ataque dos Volunteers, liderados pelo técnico Josh Heupel.
O ranking de Young, divulgado anualmente, avalia todas as 136 equipes da Football Bowl Subdivision (FBS) e sofre ajustes conforme transferências, mudanças de elenco e desempenho recente. Para o treinador em Knoxville, a manutenção do posto dentro do Top 15 ocorre mesmo após a primeira participação da escola no College Football Playoff (CFP), encerrada com derrota diante de Ohio State na rodada inicial.
A grande movimentação do elenco ocorreu na posição de quarterback. Nico Iamaleava, titular da campanha passada, deixou o programa depois de recusar-se a participar dos treinos de primavera e ameaçar entrar no portal de transferências caso não recebesse aumento no contrato de Name, Image and Likeness (NIL), estimado em três anos e US$ 8 milhões. Sem acordo, o atleta transferiu-se para UCLA.
Para suprir a saída, Tennessee acertou a chegada de Joey Aguilar, que havia se comprometido com os Bruins após duas temporadas produtivas em Appalachian State. O movimento acabou configurando uma troca indireta entre as universidades. Nos Mountaineers, Aguilar acumulou 6.760 jardas aéreas e 56 passes para touchdown nos dois últimos anos, números que agora sustentam a expectativa de continuidade da eficiência ofensiva em Knoxville.
O sucesso do sistema desenhado por Heupel passa, contudo, pelo jogo terrestre. Nos três campeonatos mais recentes, a equipe alcançou 23 vitórias e nenhuma derrota sempre que correu para, no mínimo, 185 jardas. Em 2024, foram oito jogos nessas condições, todos com resultado positivo. O principal responsável foi o running back Dylan Sampson, que terminou com 1.491 jardas e 22 touchdowns. Para 2025, o corpo de corredores ainda contará com DeSean Bishop, Peyton Lewis e Star Thomas, encarregados de manter a produção no chão.
A linha ofensiva precisará ser reconstruída após a perda de quatro titulares. O reforço mais relevante é o guard Sam Pendleton, transferido de Notre Dame, enquanto o left tackle Lance Heard permanece como referência no setor. A capacidade de abrir espaços para o jogo corrido e proteger Aguilar será determinante para repetir o desempenho que levou a equipe ao CFP.

Imagem: foxsports.com
Do lado defensivo, o destaque é o cornerback Jermod McCoy. Ele foi selecionado para o segundo time All-American pela Associated Press depois de registrar 13 passes desviados, quarto melhor índice da SEC, e receber nota 89,6 de cobertura pela PFF, nona melhor entre os cornerbacks da FBS em 2024. No front seven, o defensive tackle Bryson Eason e o edge rusher Joshua Josephs somaram 16 tackles para perda de jardas e três sacks no último campeonato, credenciais que reforçam a solidez do grupo comandado pelo coordenador Tim Banks, finalista do prêmio Broyles.
A agenda de 2025 coloca obstáculos significativos. A abertura da SEC será contra a Geórgia, adversário que Tennessee não vence desde 2016. O calendário inclui ainda confrontos contra Oklahoma, Flórida e Syracuse, replicando, em ordem invertida, a sequência de rivais enfrentados no ano passado. Mantendo o padrão recente de resultados, um recorde de dez triunfos seria considerado motivo de comemoração no campus, dadas as circunstâncias de transição no ataque.
No mercado de apostas, a linha de vitórias fixada para os Volunteers é de 8,5. O retorno para quem crer em ao menos nove vitórias paga cota de +100, enquanto a marca inferior tem odd de -122, sinalizando equilíbrio na expectativa do público.
Com defesa experiente, um novo quarterback produtivo e a dependência já tradicional do jogo terrestre, Tennessee chega à temporada ranqueado no 13º lugar, posição que espelha o potencial competitivo do programa e as incertezas trazidas pela saída de sua principal peça ofensiva.