Eberechi Eze balançou as redes nos primeiros 15 minutos do confronto entre Crystal Palace e Chelsea, válido pela Premier League, mas o lance não contou. O meio-campista cobrou uma falta com precisão, superou a barreira adversária e venceu o goleiro dos anfitriões. Instantes depois, a equipe de árbitro de vídeo revisou a jogada e recomendou a anulação do gol.
Com base na revisão, o árbitro Darren England informou ao público que um jogador do Palace, identificado como o camisa 6, posicionou-se a menos de um metro da barreira formada por três ou mais atletas do Chelsea no momento da cobrança. A infração configurou violação direta da Lei 13 do International Football Association Board (IFAB), que regula as situações de tiro livre.
Desde a temporada 2019-2020, a lei determina que todos os atacantes devem manter distância mínima de um metro quando a equipe defensora organiza uma barreira com três ou mais jogadores. O objetivo da alteração foi reduzir disputas físicas desnecessárias, agilizar a reposição de bola e preservar a imagem do jogo, evitando aglomerações que dificultam a visibilidade do árbitro e fazem a cobrança demorar.
No lance em questão, a barreira azul contava com o número mínimo de jogadores previsto na regra, configurando o cenário em que a exigência de distanciamento se aplica. Ao detectar o posicionamento irregular do atleta do Palace, o VAR alertou o árbitro de campo, que confirmou a informação nas imagens e, em seguida, sinalizou falta indireta para o Chelsea no local em que a infração ocorreu.
A decisão surpreendeu parte da torcida nas arquibancadas e muitos espectadores nas transmissões, porque a bola havia entrado de forma limpa no ângulo, sem desvio visível. No entanto, a interferência de um companheiro na barreira adversária basta para invalidar o gol, independentemente de qualquer participação direta dele na trajetória da bola.
Procedimentos de arbitragem em vídeo preveem a revisão automática de todos os gols, abrangendo impedimento, falta de ataque e demais violações das Leis do Jogo no período imediatamente anterior ao chute. Assim que Eze comemorou, a sala de revisão procedeu à checagem obrigatória, identificando o posicionamento ilegal em poucos segundos.
Sem o tento no placar, o Crystal Palace teve de reiniciar a construção ofensiva em busca da vantagem, enquanto o Chelsea ganhou posse de bola com a cobrança do tiro indireto. Até aquele momento, a partida seguia empatada, e o episódio passou a influenciar a estratégia de ambas as equipes no restante do primeiro tempo.

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Eze, que chegou ao Palace em 2020 e vem sendo especulado como possível alvo de clubes como o Tottenham Hotspur na próxima janela de transferências, continua a ser peça fundamental no esquema do técnico londrino. Mesmo com o gol anulado, o camisa 10 manteve participação ativa na criação de jogadas e na organização das bolas paradas.
O incidente reforça a importância de treinadores e jogadores estarem atentos aos detalhes das regras atualizadas, sobretudo em lances de bola parada, onde pequenas infrações podem anular jogadas decisivas. Desde que o distanciamento foi introduzido, gols cancelados por invasão de barreira são raros, mas o episódio em Stamford Bridge mostra que a regra segue em vigor e será aplicada sempre que necessário.
A anulação também evidencia o papel do VAR na uniformização das decisões. Ao identificar infrações que escapam ao olhar humano em tempo real, o sistema busca assegurar que partidas da Premier League sejam resolvidas dentro dos parâmetros definidos pela IFAB. No caso em questão, a intervenção confirmou a correta interpretação da Lei 13 e restabeleceu o jogo com tiro indireto a favor dos mandantes.
Com o reinício da partida sem alterações no marcador, o duelo prosseguiu sob condições normais, cabendo às equipes aproveitar as oportunidades posteriores para definir o resultado em campo.